domingo, 23 de fevereiro de 2014

SER

Hoje acordei com vontade de ser. De não ser eu, de ser ele. De ser aquela que o mundo não conheceu. Ser quem sabe uma folha, que voa sem destino, verde ou amarelada, sem saber qual a próxima parada. Ser aquela que não sou, aquela que não sonhou, apenas foi e realizou. Quem sabe assim fosse mais fácil, quem sabe eu seria um pássaro, como todos aqueles que pelo céu já passaram. A vida seria diferente, com certeza muito mais rente, poderia ser vermelha, azul ou branca, como uma coelha. O mundo não seria preto e branco, nem ao menos colorido, seria muito mais do que este fluído. Porem não sou. Nem uma folha, nem um pássaro e nem uma coelha, não sou verde nem amarela, também não sou vermelha. Eu sou eu, e não mudei. Ou mudei, mas não a mudança que gostaria ter mudado. Sou aquela que o mundo conheceu, pois a que não conheceram, nunca existiu. E falando no mundo, ele continua povoado pelos que apenas sonham, continua não tão fácil. Ele é fluído, as vezes colorido, mas na maioria das vezes, é preto e branco. Ele é franco. Mas em compensação, possivelmente em um ato de desilusão, me tornei ele. Aquele que não queria ser, que por muito quis ver e esquecer. Me tornei a minha parte, nem por inteiro, nem pela metade. Sou apenas parte.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

DOR

Escrever talvez seja, no momento, a melhor forma de tirar as coisas da cabeça ou ao menos tentar aliviar tudo isso. Ao menos sei que, se não der certo, são lágrimas a menos que terei no meu corpo. Quase meia noite e meus pais já foram dormir, as duas razões da minha tristeza estão online e eu estou, mais uma vez, sem sono. Horário perfeito para um desabafo, ou como eu gosto de chamar na minha perturbada cabecinha, para uma dose de tequila.
É complicado tirar essas coisas da cabeça, expor-las ao mundo sem se sentir uma garotinha frágil e ridícula, mas é preciso. Então lá vamos nós:
Como eu disse, dois razões para a minha tristeza. Ou seria um só? Eu podeira olhar como o problema sendo os dois garotos, cada um sendo uma razão, mas acho que devo assumir para mim mesma que o real problema sou eu mesma. Não que eu esteja me culpando, já que, se fosse por mim (como eu consciente) eu não estaria me sentindo assim. E que tal começar com algo que está martelando em minha cabeça, como a frase "nós aceitamos o amor que achamos que merecemos". 
Sempre choro com essa frase.
E não estou falando de sempre ficar tocada com a frase, mas de sentir os olhos cheios de lágrimas e até chorar no meio de um livro porque a frase aparece. Não sei quem escreveu, mas a pessoa era um gênio. E este é meu defeito mortal, não aceitar o amor. Eu estou sempre pensando em como as mulheres devem saber seu valor, se aceitar como são e se dar o valor que merecem, mas não consigo fazer isso comigo mesma. Não consigo aceitar alguém que me ame sem estragar tudo. Talvez eu ainda não tenha encontrado uma pessoa certa, ou talvez tenha tanto medo de foder tudo, que acabo estragando tudo por medo.
Porém não é só isso, tem muito mais! Tem o fato de eu sempre ter de estar gostando de alguém e necessitar, em alguns dias, ser olhada com um certo desejo. Mas quando vem alguém me dizer que sou linda,  me falar coisas fofas, ser gentil e tudo mais, eu simplesmente acho que não mereço. Eu realmente não mereço.
E agora vamos para a história de verdade, esclarecer na medida do possível as coisas. Eu conheci esse garoto nas férias, amigo de um amigo meu, que é perfeito. Sei que "perfeição não existe", sim ele tem seus defeitos, mas em nenhum momento eles sobrepõem suas coisas boas. Começamos com o fato de ele ser lindo e engraçado (primeiras coisas que eu notei nele), ele não se importa com a opinião alheia, pensa muita merda e sabe falar muito bem de assuntos políticos, toca mais de um instrumento, gosta de músicas boas, tem um papo muito bom, faz música, gosta de "urbanismo" e cinematografia. Eu possivelmente deixei passar algo. Mas ele mora longe. Mas ele tem namorada, e ainda assim deu em cima de mim (e muito).
Resumindo, eu o conheci, saímos juntos, não ficamos, ele voltou pra sua cidade, eu chorei por uma semana, fiz merda, fui viajar, paramos de nos falar por uns dias e eu estava decidida a esquecer ele. Nesses dias que parei de falar com ele, voltei a falar com outro garoto, irmão de um guri da minha sala. Eu já havia visto suas fotos antes de conhece-lo, depois ele foi no aniversário de um amigo meu (quando nos encontramos pela primeira vez), começamos a conversar, paramos por um tempo (quando conheci o outro), voltamos na viagem. O que eu não esperava era ficar do jeito que fiquei quando, na volta da viagem, o avião fez escala na cidade do primeiro garoto. Ai a merda começou a se formar.
Obviamente não encontrei com o menino no aeroporto, mas tudo voltou, não como em flashes, mas como pancadas de martelos em alta velocidade. 
Voltei para minha cidade e continuei falando com o irmão do guri da minha sala. Marcamos de sair, não vimos um filme no cinema e estava tudo bem. Eu sabia que não gostava dele quanto do outro, mas sabia que gostava dele. E nesse dia, do cinema, o outro veio falar comigo de novo.
Eu estava no caminho de superar, ou ao menos achava que estava. Conversei com ele naquela noite, mas também não puxei mais conversa depois. Tentei ao máximo ignorar evitando seu nome e qualquer coisa que me lembrasse dele. Até que hoje sai para o aniversário de uma amiga onde encontrei com uma outra amiga com quem não conversava a algum tempo. Eu sabia que ela era a melhor pessoa para falar disso, sempre voltávamos da escola conversando dessas coisas no ônibus. Mas ela também tava mal e conversamos pouco sobre isso. Todavia este pouco foi o suficiente para me fazer chorar no ônibus, sozinha, de volta para casa, mesmo depois de ter jurado que não choraria mais por ele.
Hoje cheguei a conclusão de que gosto de um, mas estou apaixonada pelo outro.
E é por isso que ele não me merece! Estou ficando com alguém que, ao que parece, gosta bastante de mim, me fala coisas fofas e me pergunta como foi meu dia. E eu gosto dele. Mas ai entro no face e vejo o outro online, entro em pânico pedindo com todas as foças para que ele não puxe conversa e abominando-o de todas as maneiras por não vir me dar oi. Choro por saudades e pelo que sinto por um, enquanto respondo ao outro que meu dia foi ótimo e está tudo perfeito. E ai ele, o que eu estou ficando, vem e fala coisas fofas. Coisas que eu não mereço, pois ele merece coisa melhor do que eu. Qualquer um que goste de mim, merece coisa melhor.